Praga pelos meus Olhos




Febio Fest Week

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Já há 10 dias que não escrevia… apesar da minha primeira intenção quando criei este blogue ter sido em torná-lo num diário, até hoje isso não tem sido possível em virtude de condicionantes muitooooooo fortes! E por isso peço a vossa inestimável compreensão.

A semana que se passou ficou registada pelo festival internacional de cinema, vídeo e televisão, FebioFest.
O festival decorreu desde dia 23 a 31 de Março em Praga e prolongar-se-á por outras cidades checas até meados de Abril, Brno, Olomouc, Ostrava, Liberec, Jihlava e Pardubice.
Durante esta semana tivemos a oportunidade de visionar inúmeros filmes de renome, outros nem tanto, de diversas nacionalidad
es. Aproveitei para ver quatro filmes: “Down Colourful Hill”, um filme polaco pouco interessante que retrata a vida de dois irmãos que estão apaixonados pela mesma mulher e de um traficante de “túlipas” que teve um caso com a pobre da menina e só por acaso é o melhor amigo de um dos irmãos. No dia 28/03 fui ver o “The Squide and the Whale”, um bom filme que teve a particularidade de ter sido nomeado este ano para os Globos de Ouro e para os Óscares para melhor filme e Screenplay respectivamente que conta a história de um casal que vive as dificuldades de um divórcio visto pela perspectiva dos seus dois filhos menores. Um bom filme com uma excelente interpretação do miúdo mais novo. Pelas 24h do mesmo dia depois de vir do jogo do Benfica vs Barcelona (onde o SLB se viu a rasquinhaaa…) fui com a Sofia ver o tão falado e aguardado “Match Point” do Woody Allen. O filme é engraçado e tem um argumento interessante que nos transporta para o incompreensível e controverso mundo dos sentimentos, especialmente no que toca a relações amorosas. Faz constantemente uma ligação inteligente sobre os acontecimentos da vida a um ponto decisivo de uma partida de ténis (Match Point), lembrando que na vida, a sorte é um agente importante e extremamente decisivo e não um mero espectador.
Por fim, fui ver talvez o melhor filme português, “Alice”. Simplesmente genial com a magnífica interpretação da melhor actriz portuguesa do momento, Beatriz Batarda e com a não menos fantástica interpretação de Nuno Lopes no papel de Mãe e Pai de uma pequena menina chamada Alice. É um filme com pouco diálogo mas carregado de fortes expressões corporais por parte dos actores em redor do desaparecimento de um filho. Uma história que nos faz sair da sala de cinema sem palavras. Um filme para ver quando voltar a Portugal.

Para além de filmes, o FebioFest em todos os dias a partir das 19h organizou eventos musicais com bandas a tocarem ao vivo num restaurante e num parque de estacionamento. Aproveitámos por passar alguns começos de noites por lá, tendo mesmo conhecido um professor que lecciona português empresarial desde Setembro por toda a república checa que veio até à nossa mesa beber um copo.

O meu quotidiano tem vindo a modificar-se gradualmente. Desde logo porque já começo a conhecer os cantos à cidade e por isso o mapa, objecto indispensável no início, tem ficado em casa.

A escola, tanto que me têm perguntado, tem estado a correr bem. Pensei que poderia ser bem pior visto não estar habituado a ter aulas em inglês, a juntar a uma possível dificuldade pela prenuncia dos professores, tive a sorte de todos os professores terem um discurso fluente e percebível para além de o notar que o meu inglês tem vindo a melhor de dia para dia, não em função das aulas mas pelo contacto com o resto do pessoal da residência, que apesar de cometermos variadas “gaffes” … lá nos vamos entendo. Fico é mais apreensivo quando falo com ingleses ou americanos, mas mesmo isso tem sido um desafio apelativo, sobretudo pela simpatia e graça de ambas as moças! Eheeheheh

Beijocas e abraços*

Luís Miguel


As festas

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Pela semana que passou muitas festas temáticas se realizaram pelos ínfimos corredores de Hostivař. Tivemos uma festa finlandesa, médica e mais umas quantas das quais não tive conhecimento do propósito. Se é comum fazermos uma festa com o propósito de celebrarmos algo, por Hostivař esse princípio não se aplica. Faz-se festa….porque tem que se fazer!
Todas as festas têm a particularidade de toda a gente ter conheciment
o pelos panfletos deixados à entrada dos edifícios. Todas com excepção das festas do meu corredor! Todas as festas acabam por volta das 3 horas da manhã com a imponente presença do guarda-nocturno falando checo e linguagem gestual com o pessoal! As festas do 8º piso do 4º edifício, não acabam antes das 5 horas matinais sem nunca faltar a presença assídua e alegre do guarda-nocturno que já é considerado um ‘amigo’ das nossas festas que apenas passa por cá para mostrar que trabalha pela noite dentro.
A última das festas ocorreu no dia do meu aniversário. Começou perto das 24h com os preparativos de um, dois, três, quatro, cinco, … alguidares de sangria espanhola e culminou com 2 ‘aspirantes a músicos’ a tocarem guitarra e bateria até às tantas da madrugada. Por este motivo é impossível vir dormir para
o quarto, ‘obrigando-me’ a permanecer no corredor até as visitas se lembrarem de sairem (não é isso que pedem aos anfitriões?).
Não será de estranhar o estado ‘lastimável’ em que se encontrava o
corredor no dia seguinte. Ainda encontrei vestígios de um cachecol de uma irlandesa que andou a beber shots de sangria toda a noite.

Antes desta última festa, na sexta-feira fomos até Brno.
Brno é a segunda maior cidade da República Checa e
localiza-se no sul do país. É uma cidade cheia de fábricas, muito próximas do centro, com uma arquitectura em nada semelhante a Praga. Pareceu-me ser uma cidade com uma grande concentração de actividade industrial e menos actividade cultural.

Iniciámos o nosso passeio com a ida ao “Mendel Museum – Museum of Genetics” em homenagem ao cientista Gregor Mendel, conhecido pelo seu contributo na evolução da genética pelo seu trabalho com simples pés de ervilhas, tendo vindo a realizar importantes descobertas das leis da hereditariedade que vieram a revolucionar a biologia e traçariam as bases da genética.
Passámos o tempo pelo centro e a caminhar pelas ruas da cidade onde comprei a minha boina com orelhudos (pareço um
artista)!!!! E passámos pelo castelo no topo da cidade que nos permitiu ter uma imagem de toda a cidade.
É uma cidade que não me parece que tenha grande interesse, comparativamente a Praga, mas rapidamente nos deslocamos até lá de comboio em 3 horas.

De sábado para domingo fomos até Karlovy Lažne, a maior discoteca na República Checa com 4 andares, cada um com um som diferente. Estava apinhada de italianos, tal como toda a cidade. É incrível a quantidade de excursões de alunos italianos que circulam pela cidade.

A noite correu bem, muita música, muita dança, divertimo-nos imenso. Na chegada a casa as minhas antigas companheiras de corredor, a Agniescka, a Dalla e a Matylda levaram-me até ao quarto delas e apareceram com um bolo, feito por elas. Cantaram-me os parabéns e ofereceram-me uma caneca cheia de chocolates de ‘ferrero-rocher’ e um lindo postal dizendo “Feliz aniversário e tudo de melhor para ti!” em várias línguas. Devo-vos confessar que fiquei emocionado por estas 3 lindas ‘moças’ terem tido esta ideia, é bem verdade que o bolo estava muito bom (é verdade) mas foi um gesto simpático de 3 pessoas que me conhecem apenas há um mês.

Mais uma vez passei o meu aniversário fora de Portugal. Começa a tornar-se um hábito. Poderá significar um futuro longe da terra de Camões, longe do mar que tanta falta me faz e dos mimos de toda a minha família!?!?!?

Beijocas e abraços*

Miguel


Ainda como Turista ....

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Olá a todos!

A semana começou com a minha primeira ida a uma ópera. Fui a Národní Divadlo (uma das principais salas de espectáculos) assistir à ‘La Traviata’ de Giuseppe Verdi.
Antes do espectáculo começar, ficamos fascinados com a imensa beleza da sala. É simplesmente magnífica. Toda retocada em dourados e segundo a história, no tecto podemos encontrar ouro, visto ser o local mais alto e mais inacessível, impossibilitando os mais tentadores
a “levaram uma pequena recordação”.
Não sendo um ‘expert’ em ópera, posso-vos dizer que gostei do espectáculo pela novidade. A ópera divide-se em 3 partes, com intervalos de trinta em trinta minutos com uma orquestra a tocar ao vivo e com um cenário maravilhoso.
Pelo preço do bilh
ete, 1,40€, pensei que iríamos ficar num lugar semelhante ao dos invisuais no estádio do meu clube, por detrás de um painel ou de um pilar, mas nada mais erróneo. Mesmo ficando na última fila, no último andar, conseguimos ver perfeitamente toda a peça bem como as legendas. Foram (quase) 2 horas bem passadas.
Por toda a cidade encontramos espectáculos a decorrer todos os dias. Algumas salas de espectáculos chegam mesmo a ter duas sessões por dia, sendo todas elas bastante concorridas, não só pela qualidade que acredito que tenham mas também porque o consumo de cultura em Praga é fortemente incentivado praticando preços aliciantes, sobretudo para estudantes que têm sempre 50% de desconto.
Aproveitando este ‘banho cultural’ penso voltar várias vezes a Národní Divadlo e a outras salas para assistir a mais óperas e outros espectáculos. Teatro é que é difícil porque são todos em checo e sem legendas! Mas prometo que irei aventurar-me num destes dias.

4ªf ficou marcado como sendo um dia atípico em todos os meus 21 anitos! Depois de ter ido à aula de ‘Regional Integration in Sub-Saharan Africa’, fui para um bar juntamente com a Sofia, Mariana, Vera e uma irlandesa adepta ferrenha do Liverpool apoiar o Benfica. Sim, leram bem, eu torci pelo SLB e gritei em pleno café rodeado de ingleses GOOOOOOOOOOOOLO quando o simaozinho (a lagartixa) fez magia! De repente apercebi-me que não seria boa ideia torcer tão ferreamente pelo SLB, visto estarem 20 marmanjos à nossa volta… mas nada mais simpático da parte de uma rapariga (suponho que adepta do Liverpool) que estava sentada na mesa do nosso lado, ofereceu-nos um copo de vinho. Belo gesto de Fair-Play.

Hoje, aproveitando o belo dia que se fez pela cidade aproveitei para ir dar uma volta até ao outro lado da cidade.
Passei pela
ponte Carlos onde encontramos todos os ‘camones’ de máquina fotográfica em punho e a tirar fotografias. É talvez o local com mais turistas por metro quadrado por Praga.
Por toda a ponte observamos as famosas estátuas a retratar personagens que fizeram a história da cidade. O engraçado é que todas essas estátuas são cópias das verdadeiras que estão guardadas no Museu Nacional e em Vy
šehrad (informação do roteiro da American Express).
Seguindo a ponte chegamos à imponente catedral de S. Nicolau. Decidi entrar para ver até que ponto seria capaz de
superar a riqueza do clero português.
Fiquei perplexo com a imensa riqueza e beleza desta c
atedral. O altar é algo de extraordinário existindo diversos quadros em enormes telas. Apenas não gostei na entrada, apesar de ter dito que era português me terem dado um panfleto sobre a catedral em espanhol! Situação que rapidamente corrigi ao pedir um panfleto em inglês.

Por fim, vagueei pelas ruas que é talvez o que há de mais belo na cidade.
Os edifícios, todos eles, estão repletos de detalhes e ao mesmo tempo cheios de cor, que junto com neve perfazem uma paisagem simplesmente deliciosa.

Beijos e abraços


Fim-de-semana a Karlovy Vary e a Mariánské Lázně

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O fim-de-semana começou bem cedo e pela fresca.

Eram 5h45 e já estava levantado a caminho da estação principal de autocarros para ir numa excursão organizada pelo clube de Erasmus

da universidade a Karlovy Vary e Mariánské Lázně.

Pelas 7h arrancámos com esperança que durante as 2 horas de viagem houvesse possibilidade de dormir. Nada mais errado, não contava com uma espanhola num dos bancos da frente que passou as 2 horas (e não estou a exagerar) a

falar sem parar. Penso mesmo que durante um bom bocado, falava para ela própria se ouvir! Quem mais sofreu com esta tagarelice foram mesmo 3 raparigas ao meu lado que estavam quase a estoirar.

Enfim, passado 2 horas chegámos a Karlovy Vary. Uma vila no meio do nada, num cenário pitoresco cheio de cor, restringindo toda a sua actividade em redor de um rio que atravessa a cidade, ficando especialmente conhecida pelo festival de cinema que recebe por altura da Primavera.
Karlovy Vary é uma vila que vive maioritariamente do turismo de saúde. Podemos encontrar inúmeras clínicas, termas e SPA’s que se dedi

cam ao tratamento de doenças relacionadas com o reumatismo recebendo por ano cerca de 75.000 turistas, entre os quais, 70.000 são russos.

Depois de almoçarmos seguimos em direcção a Mariánské Lázně.

Devo-vos confessar que qualquer cidade ou vila que visite, todas elas me deverão parecer fascinantes, apenas por ver todas estas terras cobertas de neve. Tal como aconteceu na 6ªF quando ao sair do cinema com a Mariana (outra colega do ISEG), depois de vermos o documentário “Angola Saudades de quem te ama” a propósito do festival de documentários ‘One World’, deparámo-nos com um pequeno nevão em Praga. Lindo.
Tal como Karlovy Vary, Mariánské Lázně é uma
vila em todo semelhantes, com apenas uma rua mas com imenso comércio e com bastantes clínicas de rejuvenescimento da pele por via de tratamentos com água mineral. Apenas ficámos por lá 1 hora, suficiente para ver toda a cidade.

De volta a Praga, na viagem de regresso lá conseguimos dormir qualquer coisa com a complacência da espanhola que teve a ‘delicadeza’ de se manter calada durante todo o caminho, conseguindo desta forma ganhar forças para ir ver mais um documentário, desta vez sobre as últimas eleições para mayor em Newark, Street fight (nomeado para os Óscares), com fortes semelhanças às eleições para a câmara de Felgueiras e de Oeiras. Engraçado mas não espectacular!

Hoje começa mais uma semana. Depois de ter começado a semana por mais uma aventura junto da máquina de lavar roupa (acho que estou a conseguir safar-me), amanhã irei à minha primeira ópera com a Lenira. Vamos ver a ‘La Traviata’ de Giuseppe Verdi, uma história de amor dramático.

No próximo post conto-vos como foi….

Beijocas e abraços,


Visita ao Bairro Judeu

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Na segunda-feira, já depois de um fim-de-semana de festarolas fui com a Sofia (uma das colegas do ISEG) dar uma volta pelo norte da cidade. Fomos ao Bairro Judeu, Josefov.
Foi uma manhã/tarde
bastante agradável, visto ter começado pelo almoço pois a manhã é sagrada ao início da semana …
Sempre tive um interesse especial pela comunidade hebraica.
Não sei se será pela história deste povo ou simplesmente pela famosa habilidade que detêm para fazer negócios.
Visitámo
s todo o bairro.

Todo o ar que respiramos ao andarmos pelo bairro parece carregado de morte, de um fardo de dor e de sofrimento. Ao entrarmos na ‘Pinkas Synagogue’, um edifício que após a 2ª Guerra Mundial foi tornado num memorial em homenagem a todos os Judeus da Bohemia e Moravia (regiões checas) que foram assassinados pelos nazis. Por todas as paredes estão inscritas os nomes e as comunidades a que pertenciam mais de 80.000 judeus! É um percurso assolador.

No lado oposto, a riqueza e todo o requinte tão característica desta cultura, é evidente por todos os recantos da Sinagoga Espanhola. Com um ar imponente demarcando claramente 2 enormes cúpulas e recheada de pequenas relíquias materiais e literárias.

Finalizando o percurso pelo Bairro Judeu visitámos o cemitério judaico.
É um espaço escuro, frio, com todas as árvores despidas sem uma veget
ação onde só se demarcam pedras simbolizando a morte de alguém. É um local carregado de simbologia para toda a comunidade hebraica pela imensa quantidade de judeus aqui sepultados (perto de 40.000 pessoas) entre os quais se demarcam figuras célebres da comunidade como sendo o Chefe Rabi de Praga Ezekiel Landau (1713-1793) e o seu pupilo e membro da comissão, Eleazar Fleckeles (1754-1826).

Ao longo de todo este caminho deparámo-nos com duas realidades que tristemente continuam
bem presentes nos nossos dias. A morte e a riqueza.

Fugindo um pouco ao passei histórico a que dediquei o dia e voltando às “minhas lidas por Hostivar”.

Cheguei a casa (é um quarto, mas ao dar-lhe o nome de casa parece que sou independente), fui até à cozinha e comecei a preparar os bifes para então os começar a cozinhar. Mas rapidamente percebi que iria ser impossível cozinhar o que quer que fosse, já que não tínhamos electricidade na cozinha. O que não impediu a Vicky (a minha vizinha inglesa) de me congratular simpaticamente pelo excelente aroma que vinha da cozinha.
A solução, seria ou pegar no fogão (um fogão eléctrico com apenas dois bicos com uma ficha ligada à tomada – à campista) para o corredor e cozinhar por lá ou ir até aos vizinhos do andar de baixo e roubar-lhes o cozinha por breves momentos.

Optei pela segunda opçao. É verdade que não ficou um espectáculo, justificado por não estar a utilizar a minha cozinha (heheheheh), mas até se jantou medianamente.

Tenho andado a fazer progressos gastronómicos.
Ontem fui fazer umas costoletas e uns bifes para o meu jantar e de um eslovaco que estava a jantar um chourição com pão cheio de manteiga que me senti na obrigação de lhe convidar para jantar comigo. Adorou os bifes, não parava de dizer que não sabia o que estava a comer mas estava delicioso. Para além do eslovaco, mal sentindo o cheiro, aparece a Vicky a ‘fazer-se ao bife’ mas estava de saída… fica para outra vez, disse-lhe eu.

Beijocas e abraços,


Nota: Para saberem mais sobre o Bairro Judeu não deixem de visitar http://www.jewishmuseum.cz/


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