O hall de entrada do Kolej Hostivař é similar ao hall de um hotel de três estrelas. A recepção onde tentamos sempre resolver os nossos problemas (nem sempre com sucesso) imponente com o seu novo visual, protegida com janelas à volta de forma a evitar o contacto directo entre os recepcionistas e um mais acalorado estudante com pouca paciência para entender a forma de trabalhar deste pessoal (esta é só a minha ideia sobre o porquê de terem colocado as janelas, mas há mesmo quem diga que os vidros são à prova de bala!). Duas escadarias que nos encaminham até aos vários edifícios (kolejs), várias mesas e alguns sofás onde podemos tomar um café e um engraçado relógio de parede. Sem esquecer a não menos fantástica Menza (cantina), ao cimo da escadaria que nos leva aos kolej 3 e 4. Não querendo aprofundar um tema que me deixa sempre com “água na boca” quando falo nele fazendo sempre lembrar-me da nossa tradicional cozinha, apenas vos adianto que quando dizemos que vamos almoçar à meza, é comum responderem-nos “good luck”.
Se a aventura estava a aquecer, preparem-se para o que vão encontrar no 8º andar do 4º kolej!
O kolej 3 apresenta uma característica que o distingue de todos os outros. O elevador é o mais recente mas é o que mais vezes avaria. Segundo as últimas estatísticas, 80% dos residentes, deste edifício, já tiveram o privilégio de ficarem presos durante uns breves instantes. Havendo, mesmo quem já tenha conseguido a proeza de ter ficado trancado duas vezes no mesmo dia. Simplesmente uma experiência única.
Afastando-nos do meu antigo kolej, chegamos ao meu actual edifício, o kolej 4. Juntamente com o meu, o kolej 1, são os dois únicos edifícios com Internet…mas em compensação são os que têm as cozinhas mais pequenas ou … ‘menos boas’. Cozinhas essas, que só as chamamos assim porque meteram lá um objecto parecido com um fogão eléctrico com dois bicos. Se bem que o do meu corredor, só um funciona!
Passando a cozinha, entramos ‘no corredor’. Para além de ser o corredor com as festas mais emotivas, é também o único
Entrando na minha ‘toca’, o quarto 489 (apesar de na porta constar o número 68), encontramos uma casa de banho do lado direito e ao fundo, duas camas e duas secretárias e mais algumas mobílias. Parece-me que o quarto seria bom para apenas uma pessoa, visto para duas ser pequeno. Mas cá nos arranjamos. Posso dizer que tive sorte com o companheiro de quarto, visto não ser esquisito e ser um italiano porreiro….mas é cá um desengonçado com as coisas dele, só visto! Mas tudo passa despercebido quando no final do dia somos encantados por um esplendoroso pôr-do-sol.
Beijocas e abraços
O sábado começou com uma ida ao parque com a Sofia com o preceito de irmos estudar…se estudássemos turismo e fotografia, tudo parecia correcto, mas não é bem isso que andamos a estudar…ou será!?!? Enfim, fora estes pormenores, foi no parque que surgiu a ideia de fazermos parte de uma comitiva de 16 portugueses numa viagem a Český Krumlov no domingo com partida de Praga pelas 7h23!
Tudo parece interessante, visto ser uma vila protegida sendo reconhecida como património da UNESCO e um dos locais obrigatórios a visitar na República Checa, mas tudo isto representa acordar pelas 5h30. Algo custoso mesmo para todos os vespertinos, onde como já perceberam não me tenho incluído ultimamente…
O sabor mais amargo ocorreu ao fim do dia.
O dia estava quase a terminar quando ao comer a última fatia de piza no famosíssimo Sports Bar, o meu Sporting sofre um golo ao “cair do pano”, ficando mais um ano a ver passar o título na recta final da época.
Acabando o jogo, regressámos a Hostivař perto da 1h com o intuito de dormirmos umas horitas e levantarmo-nos pela fresca em direcção à “pequena Praga”. Ao encaminhar-me para o meu quarto deparo-me com o “trio maravilha”,
Foi chegar, tomar uma banhoca e correr para apanhar o eléctrico para nos levar até à estação do comboio. Mas não, sem antes voltarmos a correr que nem uns loucos para o comboio que nos levasse até Český Krumlov.
Do caminho até Český Krumlov pouco ou nada vos posso dizer, pois como devem calcular estive todo o tempo a tentar dormir.
Ao chegarmos a esta vila perdida no tempo, num vale e isolada quase de tudo o resto transporta-nos para um espaço de rara beleza. Ao subirmos ao castelo e à torre vislumbramos uma paisagem meticulosa e fascinante. Um rio que circunda a vila recheada de casas e ruelas com uma calçada em pedra, lembrando as nossas aldeias.
Český Krumlov é o local ideal para umas férias longe de tudo e de todos privilegiando a natureza e a simples sinfonia da corrente do rio.
O regresso a casa correu sobre uma exaustão de todos nós. As pernas, já me pesavam a minha cama começou a ser o que mais desejava. Foi chegar, tomar um duche e dormir até o outro dia!
E assim começou mais uma semana.
Beijinhos e Abraços,
Luís Miguel
Este domingo fui até ao parque próximo da residência, aproveitando o radioso dia que se fez por Praga após uns dias de chuvas e de algumas inundações.
O parque, a que nós chamamos carinhosamente floresta pela sua particular ‘vegetação assombrada’ está a florescer. Já não se vislumbra qualquer manto de gelo ou neve.
Por todo o parque vemos muitas famílias a passearem e sempre acompanhadas do seu fiel amigo, o ‘canito’. Por curioso que possa parecer, todos os cães parecem bem amestrados. Não há um único cão que ande de volta de estranhos e nem sequer se dignam a ladrar!!! Já os donos… parecem trazer sempre qualquer coisa atrás da orelha. Acho mesmo que muitos deles não fazem distinção entre falar e resmungar. Se há algo que não fazemos como bem eles entendem, resmungam vezes sem conta connosco, levando-me em algumas situações a falar com excelentíssimas senhorias