Praga pelos meus Olhos




O Palácio das 10 torres de Hostivař

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Já há mais de 2 meses a residir num deslumbrante palácio com dez ‘belíssimas’ torres, e ainda não vos descrevi o ‘cantinho’ que me tem acolhido nos últimos tempos. O local que todos devem procurar quando se deslocarem a Praga….ou talvez não!
O Kolej Hostivař fica a 45 minutos do centro da cidade por via dos eléctricos 22 ou 26 (carreiras durante o dia) ou 57 e 59 (carreiras nocturnas) ou pelos autocarros 271 e 154 complementado com uma viagem de metro.

O hall de entrada do Kolej Hostivař é similar ao hall de um hotel de três estrelas. A recepção onde tentamos sempre resolver os nossos problemas (nem sempre com sucesso) imponente com o seu novo visual, protegida com janelas à volta de forma a evitar o contacto directo entre os recepcionistas e um mais acalorado estudante com pouca paciência para entender a forma de trabalhar deste pessoal (esta é só a minha ideia sobre o porquê de terem colocado as janelas, mas há mesmo quem diga que os vidros são à prova de bala!). Duas escadarias que nos encaminham até aos vários edifícios (kolejs), várias mesas e alguns sofás onde podemos tomar um café e um engraçado relógio de parede. Sem esquecer a não menos fantástica Menza (cantina), ao cimo da escadaria que nos leva aos kolej 3 e 4. Não querendo aprofundar um tema que me deixa sempre com “água na boca” quando falo nele fazendo sempre lembrar-me da nossa tradicional cozinha, apenas vos adianto que quando dizemos que vamos almoçar à meza, é comum responderem-nos “good luck”.

Se a aventura estava a aquecer, preparem-se para o que vão encontrar no 8º andar do 4º kolej!

O kolej 3 apresenta uma característica que o distingue de todos os outros. O elevador é o mais recente mas é o que mais vezes avaria. Segundo as últimas estatísticas, 80% dos residentes, deste edifício, já tiveram o privilégio de ficarem presos durante uns breves instantes. Havendo, mesmo quem já tenha conseguido a proeza de ter ficado trancado duas vezes no mesmo dia. Simplesmente uma experiência única.

Afastando-nos do meu antigo kolej, chegamos ao meu actual edifício, o kolej 4. Juntamente com o meu, o kolej 1, são os dois únicos edifícios com Internet…mas em compensação são os que têm as cozinhas mais pequenas ou … ‘menos boas’. Cozinhas essas, que só as chamamos assim porque meteram lá um objecto parecido com um fogão eléctrico com dois bicos. Se bem que o do meu corredor, só um funciona!
Passando a cozinha,
entramos ‘no corredor’. Para além de ser o corredor com as festas mais emotivas, é também o único em todo Hostivař com uma mesa. Mesa essa que foi trazida pela ‘comunidade espanhola’ do piso, directamente da faculdade. E por estranho que possa parecer, é talvez o objecto mais importante no corredor. É graças ‘à mesa’ que nos encontramos quase todos os dias e “trocamos dois dedos de conversa” e evitamos comer no quarto deixando um cheiro nada agradável quando nos deitamos. Para além disso, podemos encontrar ao longo do corredor vários estendais onde deixamos secar a roupa, dois frigoríficos que de vez a vez são assaltados por um engraçadinho, paredes decoradas com ‘posters’ e fotografias, e ao fundo, bem perto da mesa a mais prestigiada biblioteca privada do palácio. Cinco livros românticos deixados por uma sueca no primeiro semestre, num inglês tão profundo que em tudo se parece um argumento das novelas da TVI.

Entrando na minha ‘toca’, o quarto 489 (apesar de na porta constar o número 68), encontramos uma casa de banho do lado direito e ao fundo, duas camas e duas secretárias e mais algumas mobílias. Parece-me que o quarto seria bom para apenas uma pessoa, visto para duas ser pequeno. Mas cá nos arranjamos. Posso dizer que tive sorte com o companheiro de quarto, visto não ser esquisito e ser um italiano porreiro….mas é cá um desengonçado com as coisas dele, só visto! Mas tudo passa despercebido quando no final do dia somos encantados por um esplendoroso pôr-do-sol.


Sinceramente acho que é um espaço agradável e ideal para se viver uma experiência de Erasmus por 6 meses ou mesmo um ano. Desde todo o convívio que existe diariamente com todo o pessoal até ao desafios que a cozinha, a máquina de lavar e a recepção nos coloca.

Beijocas e abraços


Pequena Praga

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As semanas têm sido desgastantes. Os dias prolongam-se pela noite dentro e as manhãs iniciam-se por uma ida à menza (cantina) cá do sítio!
Os fins-de-semana têm acompanhado este ritmo
diário com a excepção para a não passagem pela menza, pois está fechada.
Este fim-de-semana foi bastante produtivo, foi carregado de uma enorme carga laboral. Começou por uma ida a uma casa de chá perto da praça da
cidade velha com a companhia da Martha e da Vicky, duas inglesas ‘experts’ na matéria, isto porque convêm ir aos sítios certos com quem mais percebe do assuntos, não concordam?
Depois de tomarmos um delicioso chá cada um, fomos dar uma volta pela cidade até perto das 17h, para depois irmos até uma festa de anos de uma simpática mexicana que bem reflecte o seu nome, Mar, num magnífico jardim com uma não menos vislumbrante vista por toda a cidade, onde voltei no dia seguinte com a Sofia com o intuito de estudarmos!

Ao cair da noite fomos até ao ‘Roxy Bar’. Um bar interessante com uma sala de espectáculos, onde costumam fazer peças de teatro e concertos musicais, e uma galeria com exposições de temas polémicos. Fomos ouvir duas bandas de jazz electrónico improvisado com ambas a apresentarem um som interessante.

O sábado começou com uma ida ao parque com a Sofia com o preceito de irmos estudar…se estudássemos turismo e fotografia, tudo parecia correcto, mas não é bem isso que andamos a estudar…ou será!?!? Enfim, fora estes pormenores, foi no parque que surgiu a ideia de fazermos parte de uma comitiva de 16 portugueses numa viagem a Český Krumlov no domingo com partida de Praga pelas 7h23!
Tudo parece interessante, visto ser uma vila protegida sendo reconhecida como património da UNESCO e um dos locais obrigatórios a visitar na República Checa, mas tudo isto representa acordar pelas 5h30. Algo custoso mesmo para todos os vespertinos, onde como já perceberam não me tenho incluído ultimamente…
O sabor mais amargo ocorreu ao fim do dia.
O dia estava quase a terminar quando ao comer a última fatia de piza no famosíssimo Sports Bar, o meu Sporting sofre um golo ao “cair do pano”, ficando mais um ano a ver passar o título na recta final da época
.
Acabando o jogo, regressámos a Hostivař perto da 1h com o intuito de dormirmos umas horitas e levantarmo-nos pela fresca em direcção à “pequena Praga”. Ao encaminhar-me para o meu quarto deparo-me com o “trio maravilha”, Matylda, Agnieszka e Dália que se preparavam para irem até um bar no centro da cidade. Lá me convenceram a ir com elas e só voltámos perto das 6h.
Foi chegar, tomar uma banhoca e correr para apanhar o eléctrico para nos levar até à estação do comboio. Mas não, sem antes voltarmos a correr que nem uns loucos para o comboio que nos levasse até Český Krumlov.
Do caminho até Český Krumlov pouco ou nada vos posso dizer, pois como devem calcular estive todo o tempo a tentar dormir.
Ao chegarmos a esta vila perdida no tempo, num vale e isolada quase de tudo o resto transporta-nos para um espaço de rara beleza. Ao subirmos ao castelo e à torre vislumbramos uma paisagem meticulosa e fascinante. Um rio que circunda a vila recheada de casas e ruelas com uma calçada em pedra, lembrando as nossas aldeias.
Český Krumlov é o local ideal para umas férias longe de tudo e de todos privilegiando a natureza e a simples sinfonia da corrente do rio.
O regresso a casa correu sobre uma exaustão de todos nós. As pernas, já me pesavam a minha cama começou a ser o que mais desejava. Foi chegar, tomar um duche e dormir até o outro dia!

E assim começou mais uma semana.

Beijinhos e Abraços,
Luís Miguel


Všechna neděle

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O domingo (neděle) é o dia da semana que custa a passar.
O simples acordar e me deitar de novo no sofá a fazer um constante ‘zapping’ pelos canais da televisão, acabando sempre por não ver seja o que for, saindo da moleza domingueira apenas para almoçar um dos apetitosos almoços da ‘mamãe’ e sempre na expectativa que haja um docito para sobremesa, me vêm à memória.

O domingo por si só carrega um princípio de repouso, de descaso de não fazer nenhum. Mas é também o dia em que especialmente te apetece estar com quem te é mais próximo.

Por estas bandas, por Hostivar, uns aproveitam o dia para limparem o quarto ou para cantarem pela manhã num tom sempre acima da média como é de costume a Aurora, a espanhola do quarto ao lado do meu, me acordar sempre bem disposta.

Este domingo fui até ao parque próximo da residência, aproveitando o radioso dia que se fez por Praga após uns dias de chuvas e de algumas inundações.
O parque, a que nós chamamos carinhosamente floresta pela sua particula
r ‘vegetação assombrada’ está a florescer. Já não se vislumbra qualquer manto de gelo ou neve.
Por todo o parque vemos muitas famílias a passearem e sempre acompanhadas do seu fiel amigo, o ‘canito’. Por curioso que possa parecer, todos os cães parecem bem amestrados. Não há um único cão que a
nde de volta de estranhos e nem sequer se dignam a ladrar!!! Já os donos… parecem trazer sempre qualquer coisa atrás da orelha. Acho mesmo que muitos deles não fazem distinção entre falar e resmungar. Se há algo que não fazemos como bem eles entendem, resmungam vezes sem conta connosco, levando-me em algumas situações a falar com excelentíssimas senhorias em português. O engraçado de toda estas aventuras é que acabamos sempre por nos entendermos … ou não!!!


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