Praga pelos meus Olhos




Afinal sempre há um lado mau de fazer Erasmus...

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Passado mais de 6 meses desde o fim do meu Erasmus, estou pronto para vos falar do pior momento desta emocionante e enriquecedora experiência. O retorno, o pós-erasmus. É verdade que é fantástico voltarmos a tomar um copo com o ppl que se tornou nos nossos melhores amigos, a nossa família durante um semestre/ano. É maravilhoso quando nos juntamos e passamos uma noite inteira com o mesmo copo de imperial na mão sem darmos pelo passar do tempo a relembrar noites mal dormidas, festas de puro delírio e de momentos hilariantes. É sem dúvida emocionante recebermos em nossas casas os nossos vizinhos de hostivar de outros países. Mas todos nós partilhamos do mesmo desejo: "Quem me dera voltar a ser um Erasmus".
Quando regressei tudo me pareceu que nada tinha mudado de lugar. Fiquei com a percepção de nada ter perdido e de tudo ter ganho. Bem...salvo a devida excepção do aconchego da casinha e da comidinha da mamãe, nada mais fazia falta. O mesmo sentimento de saudade que Praga e a "gente" de Hostivar me gravou no coração foi bastante similar ao mesmo sentimento quando desembarquei de Lisboa em direcção à cidade das 100 torres, deixando para trás a minha família.


"If you keep thinking about what you want to do or what you hope will happen, you don't do it, and it won't happen" - Desiderius Erasmus

Hoje, todos nós recordamos aqueles momentos através de fotografias e vídeos, assumindo que uma experiência como aquela muito dificilmente se voltará a repetir no futuro. Porém, para conseguirmos manter viva esta chama que nos consome por dentro, tivemos um primeiro convívio entre ex-erasmus praguenses na Chamusca, pouco tempo de voltarmos, ficando a vontade de voltarmo-nos a reunir novamente.
E agora, que volto a ter contacto com o meu vizinho de baixo, o André, é a certeza de que este blogue vive e viverá para além do nosso erasmus. As recordações ficam registadas em palavras para mais tarde voltar a elas e sentir novamente as sensações de um tempo mágico e servir como um ponto de encontro a ex e futuros erasmus.
Se estiveres a ler alguns destes posts e ainda te restem dúvidas em seguir numa aventura destas, não hesites em tornar-te num "Erasmus Student". Acredita que os receios que tu tens todos nós também tivemos, e hoje te podemos dizer que todos eles são suplantados pelos momentos únicos e maravilhosos junto de pessoas que se tornam os teus melhores amigos, a tua nova família e que jamais irás esquecê-los.


Is the opportunity to make each minute count. The opportunity of one life time.


Erasmus Praha 2006 chega ao fim...

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Neste ‘post’ de despedida da vida de Erasmus, poderia começar por falar nas festas, das noites que nunca acabam e das madrugadas que perduram … mas o significado de toda esta impressionante experiência começa e é vivida em redor das pessoas que saltam, riem e choram connosco durante todo este tempo. Rapazes e raparigas, todos diferentes com formações e culturas distintas mas todos eles com um espírito de convivência e de viver cada momento com grande intensidade e todos os dias carregados de grande emoção.


Quatro meses que passaram num instante. Ainda ontem estava a despedir-me dos meus pais no aeroporto da Portela e, hoje, estou a despedir-me desta vida a comer chouriço às 6h da manhã no terraço do meu edifício juntamente com um 4 como eu.

A vontade que me levou a optar por realizar uma experiência como esta, seria com o objectivo de sair de Portugal, abandonar por um tempo a comodidade diária, abandonar por uns tempos o quotidiano, conhecer a nossa Europa, sentir diariamente as diferenças culturais de uma infinidade de povos.


Confesso-vos que todos os dias foram uma aventura, uma surpresa. A monotonia e o stress do dia-a-dia deixaram de existir durante estes 4 meses. A começar pelo acordar e dirigir-me até à Menza (quase sempre) à hora do costume para colocar a conversa em dia com a Lenira depois de ela já ter começado o dia bem cedinho (que eu desconfio
), passando pelas caminhadas pelo parque ou pela maravilhosa cidade de Praga ou ficar horas à conversa com o pessoal até alguém se lembrar que afinal tem alguma coisa para fazer. O cozinhar aventureiro pelas impressionantes cozinhas de Hostivar que terminavam com um agradável convívio de toda a gente em redor da mesa do corredor. Foram momentos que hoje recordo com grande nostalgia.

A magia de uma experiência de Erasmus está nas pessoas que conheces.

A começar pela Sofia, que apesar de já a conhecer e (pensar) saber o que poderia contar, após o primeiro mês, soltou a sua euforia e andava que nem uma ‘varrida’ e espelhando várias vezes um rasgado sorriso.

Recordar Praga e Hostivar é lembrar-me da irreverência da Matylda como um poço de energia e alegria tal, capaz de cativar toda a gente em seu redor. É recordar-me da Dália como sendo a mais doce e linda lituanense. Será recordar-me do ser estranho mas engraçado que foi o meu primeiro colega de quarto, o Guntis, que mais tarde veio a ser denominado com um impecável nickname, o ‘Cartoon’. É recordar o meu corredor composto maioritariamente por espanhóis, Gloria, Aurora, Maria Cruz, Pablo, Laura, Mercedes, Susana, Álvaro, Jacinta todos impecáveis que mudaram a minha ideia sobre os espanhóis. Não esquecendo a deslumbrante Vicky em nada comparada com as ‘poshs britânicas’ e pelo timidíssimo eslováco, Mirko e do fantástico Miño que entre todos foi o que ficou a achar que eu era um extraordinário cozinheiro, tal como as duas polacas que viviam de frente do meu quarto a Mónica e a Magda! Não esquecendo o melhor companheiro de quarto que me podia ter calhado. Gianluca um italiano típico. Um ‘porreiraço’, se bem que desarrumado, sempre pronto para uma festa e sempre preocupado em arranjar um essay para entregar ao professor na semana seguinte. Um tipo cinco estrela.

Hostivar não ficava completo sem referir o Kolej do Baptista. O Kolej 2. Por todo o edifício vislumbramos referência a este marco de Hostivar que chegou aqui directamente da Lourinhã. Festas e festarolas são com ele. Acaba a noite sempre em plena loucura. Toda a comitiva hilariante do pessoal do 4º andar deste kolej, tornam este piso num ponto de encontro. Toda a ‘trupe tuga’ a começar pelo menino Baptista, o Valério, para quem a noite dura até a discoteca fechar, o João, o maior barman de Lagos, o Rui, um gouveiense cinco estrelas com um variado leque de conhecimento técnicos sobre cervejas checas, o Tiago que depois de cortar a gadelha voltou-se para as …natashas, as meninas, que carinhosamente as chamo ‘destiny childs’ (private joke), formado pela menina Rita, uma moça de cascais altamente, com toda a pinta da linha mas com pitadas de irreverência; a Cândida, uma italiana hilariante, bastante afável após a conhecermos, e por fim, a encantadora Sophia com uma beleza deslumbrante e com um coração d’oiro.

Todo este pessoal e muitos outros que provavelmente me esqueci, tornaram estes 4 meses num período inesquecível.


Foi uma experiência que me enriqueceu bastante e não a trocaria por outra qualquer. Deixando o meu testemunho para outros que estejam a pensar em fazer algo parecido a isto, não deixem de o fazer, todos os momentos são positivos, todos valem a pena. A saudade e a alegria estão sempre presentes. Invertem posição na chegada e na partida relembrando os momentos que passamos lá e por cá os recordamos.

Como despedida, quero agradecer a todos os que visitaram este blogue que nasceu com o intuito de se tornar num diário, depois passou para semanário…e quase ia chegando a mensal mas que tentei expressar por palavras e fotografias os meus últimos quatro meses que posso dizer com toda a certeza que foram dos melhores tempos da minha vida.

Beijocas e Abraços para todo o pessoal de Hostivar*

Luís


As viagens já lá vão… e as despedidas começam!

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De volta à cidade mágica.
Depois de três fins-de-semana como turista, estou pronto a retornar ao meu quotidiano ‘praguense’ por mais um mesito!


No dia da chegada da ‘Grande Viagem’, ao fim da tarde, fui com a Lenira, a Sarah (a mais
recente aquisição portuguesa de Hostivar) e a irmã e o cunhado da Lenira a um concerto de música clássica na carismática sala de espectáculos Rudolfinum. O concerto dividiu-se em 3 performances. Cada uma com um género diferente, acompanhado com um diferente modo de agradecimento por parte do público. Em algumas performances o público aplaudia ao fim de cada música, enquanto em outras, isso não se passava. O público não mostrava qualquer acção de (des)agrado, deixando todo o êxtase para o fim da performance! Concluo que talvez se trate de alguma Etiqueta Clássica … duvidosa, visto ter tido a companhia de um grande apreciador de música clássica nas minhas costas a fazer o seu próprio concerto com algumas parecenças com o ressonar estonteante do ‘me pai’!
A noite terminou com uma ida a um restaurante mexicano e depois com um bailarico pelo tradicional bar Bombaym com a sua famosa decoração repleta de espelhos pelo espaço, onde os maiores alter-egos passam a noite a dançarem virados para os espelhos a deslumbrarem a maior beleza que alguma vez vislumbraram!

Depois de alguns dias sempre ocupado com trabalhos e algum estudo (também é importante frisar) com alguns intervalos boémios pelo meio, chegou o dia da despedida da Lenira.

Na noite anterior, a ela se ir embora, depois de vermos a final da Liga dos Campeões num bar perto de Hostivar, fomos até ao Roxy comemorar o aniversário da Laura (simpática espanhola do meu piso) que por via das condições climatéricas não podemos fazer um pic-nic, terminando a noite no mítico Vagnon….que por coincidência, ou não, nesse dia estava a ‘morrer’. Os únicos clientes seríamos só nós, os inquilinos de Hostivar.


No dia seguinte. O dia da despedida.

Fui até ao aeroporto levar a caxopita para seguir no avião da TAP com destino a Lisboa!

A primeira forte sensação de saudade, de Adeus, após 4 meses quando deixei os meus país e a avó na Portela….No caminho para Ruzyne recordámos o dia em que nos conhecemos numa das farras do meu piso, “Hi, how are you?”
disse-lhe eu, ao que rapidamente me respondeu, “És português não és?”. Desde esse dia, ganhei uma companheira para ir à hora do costume, 12h30, à tão afamada Menza.
Nestes 4 meses, o tempo passou a correr. Os laços que fazemos com algumas pessoas são feitos com tal intensidade, capazes, na despedida, de criar um ‘buraco’ no nosso peito.

Durante estes 4 meses que nos conhecemos, vimos neve, chuva e sol. Quase que por nós, passaram as quatro estações do ano. Foram 4 meses que se transformaram por (quase) um ano. O positivismo e a alegria são marcos que a caracterizam, contagiando todos em seu redor. Já a ‘juba’ que carrega diariamente… torna-a numa mística e agradável presença sempre com uma doçura nas palavras (talvez motivada pelo peculiar gosto de Gambrinus Preta…que caso não haja…opta por um copo com água!).


Se nós, portugueses, utilizamos constantemente a palavra Adeus para nos despedirmos de alguém, aqui o Adeus ganha uma força tal que ao nunca termos pensado no verdadeiro conteúdo que ela carrega evito prenunciá-la. Ao ver a Lenira passar a porta de embarque preferi dirigir-me a ela com um “Até Logo”, esperando vê-la quando voltar para perto do mar e do sol e poder “Adormecer Sem Medo”.


Um beijinho e um até breve Lenira*

Luís


Fui Rei, Imperador e Príncipe….

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Desde o primeiro momento que planeámos e juntamos todos os ingredientes para a “Big Trip”, perspectivávamos uma grande jornada.
Sete dias em viagem por três capitais europeias. Um dia em Bratislava, quatro em Budapeste e dois em Viena. Carregados de elevadas expectativas, o trio maravilha (Matylda, Agnieszka e Dália) e o português iniciaram a caminhada pela madrugada de 5ªf depois de uma noite não dormida.

A primeira capital a reconhecer a nossa presença, foi aqui bem ao lado, Bratislava.
Bratislava seria a cidade com menos interesse em função do que o pessoal que lá tinha
ido nos tinha dita. Seria uma cidade pequena com pouca coisa para ver, capaz de ser vista em 4 horas. Nada mais erróneo. Devo-vos dizer que fiquei pasmado com esta cidade. A beleza da ‘downtown’ é o ponto de referência da cidade, com edifícios bastante similares aos de Praga, mas menos ricos, e com grande vida nas ruas. Esplanadas por todas as ruelas e com um comércio constante. Em redor da cidade, tudo ‘mexe’. Muita construção, desde grandes edifícios demarcando a presença das multinacionais até à remodelação e construção de vias de comunicação, não perdendo o cariz ambiental e uma inteligência económica continuando a utilizar eléctricos e autocarros eléctricos! A paisagem vislumbrante do castelo para o Danúbio, ao fim do dia com o pôr-do-sol como cenário principal é um marco da cidade e se juntarmos a isto, estar acompanhado com três princesas… o que estava a ser magnífico só poderia terminar melhor com um jantar de Rei num restaurante junto ao castelo. Se me falam de Bratislava a minha primeira referência é esta refeição. Imaginem deliciarem-se com uma deslumbrante refeição, que ao saírem do restaurante, apenas desejam repousar na vossa cama sob uma acalmia magistral.
A impress
ão que fiquei de Bratislava foi uma cidade à ‘espera de emergir’. Não conheço dados concretos do crescimento na Eslováquia mas penso que Bratislava será uma cidade que em 3-5 anos será completamente diferente do que ví agora. Será um bom pretexto para cá voltar!

No dia seguinte, pela fresquinha pegamos nas nossas coisas e fomos apanhar o comboio até à imperatriz Budapeste.

A começar pelo hostel onde ficámos. Num típico prédio húngaro com um pátio no centro, numa típica casa húngara, com paredes altas, a lembrar as nossas antigas casas com portas palacianas, com uns móveis do século passado e com uns donos em tudo estranhos, mas simpáticos, e com um não menos propositado nome “Best Hostel”.
A contar pelo que a Sofia me tinha dita, estava contar ver gente bonita nas
ruas…não ví nada disso, talvez tenha estado sobre a influência do ‘trio maravilha’!
Fora isso, Budapeste é em tudo o que os roteiros turísticos dizem, comparando-a a Paris em função das extensas avenidas e praças que existe por todas a cidade. Devo-vos confessar que se fiquei deliciado com a gastronomia eslovaca, a húngara deixou-me desiludido. Nada de es
pecial e com pouco sabor…nem o vinho (especialidade húngara) apreciei. A vida da cidade é movimentada até às 20h, depois disso e perto das 22h, transforma-se numa cidade de ninguém. Andávamos os quatro a passear pela rua principal, Váci, a essa hora, e não víamos qualquer movimentação apenas uma porteira de um clube de Striptease mais aguerrida a convidarmo-nos para entrar.
É uma cidade que pelas elevadas expectativas com que íamos não me deixou perplexo até ao momento que subimos ao castelo e sentimos a imensa beleza da cidade.
Se os três dias em Budapeste estavam na sua força máxima, terminaram com uma imperdoável ida a um dos famosos Spas húngaros no parque da cidade. Aqui tornei-me Imperador!
Imaginem piscinas para todos os gostos e feitos com água fria, quente, morna, gelada… com e sem imersão, saunas a começar nos 35ºC até aos 80º
C, culminando numa piscina com uma temperatura de 30ºC ao ar livre e … para meu fascínio, começou a chover. Sem palavras, duas horas de pura adrenalina.A viagem estava a ser deslumbrante.
Pelo início da viagem podem até pensar que fiz esta viagem com o intuito de tentar perceber um pouco a mente feminina. Enfim … apenas percebi que um grupo de mulheres só podem andar juntas durante 3 dias. Mais que isso começa a ser recorde. Começam a entrar em mesquinhices que ninguém entende. Se está sol, querem chuva, se está a chover andam deprimidas porque querem sol!
Mas se hoje estão com a mosca, no dia seguinte… passou! Quem as entende que me dê a porção mágica porque a única conclusão que consegui tirar, foi que por mais voltas ao mundo que dê a mente feminina funciona sempre da mesma maneira e será sempre uma caixa de surpresas, muitas vezes agradável mas outras vezes impercebível!?

Viena já começava a piscar-nos o olho e Budapeste a acenar-nos com a mão quando chegámos ao mais caro mas com as piores condições hostel em Viena.
Apesar das não muito agradáveis condições do hostel o passear pelas ruas desta esplendorosa capital europeia transformam-me num príncipe.
Ao contrá
rio de Bratislava e Budapeste, Viena é uma riquíssima cidade europeia, com as lojas das melhores marcas apinhadas de gente. Uma qualidade de vida distante de todas as outras capitais. Riquíssima em espaços verdes. Por todo o recanto da cidade encontramos um fantástico jardim com marcos aos homens que colocaram Viena no panorama cultural, como Strauss, Mozart, Beethoven.
Corremos a cidade pelo nosso pé durante dois dias. De ponta a ponta, vimos o essencial da cidade, mas ao contrário das outras cidades penso que Viena é uma cidade para passear devagar. Usufruir da cidade ao sabor de príncipes e princesas. Usufruir de um deslumbrante hotel e de um magnífico restaurante. Viver durante uma semana como ‘se não houvesse amanhã’. Talvez um dia!

O retorno a Praga fez-se sobre um desgaste enorme. Se as pernas mal se aguentavam…imaginem a paciência de um tuga no meio de 3 nórdicas! Valeu cada momento.

Uma beijoca para as três.

Luís


Cracóvia a Pérola Polaca.

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Vou-me recordando de Cracóvia por fotografias ou relembrando alguns maravilhosos locais e momentos que passei nesta maravilhosa cidade.
Esta viagem teve um marco diferente de todas as outras.


Começando por uma viagem pela noite de Praga a Cracóvia pela manhã com duas moças, a Sofia e a Matylda. Nos primeiros momentos da viagem tentámos ‘arranjar mil um uma maneiras’ de trancar a porta do compartimento em função dos receios que atormentavam a Matylda que nos informava que os comboios nocturnos pela Polónia são dos mais apetecíveis para os ladrões! Felizmente não tivemos qualquer problema e chegamos bem a Cracóvia….torcidos mas … chegámos!
Depois de nos instalarmos no Hostel, Corner Hostel (um dos melhores e
m que ficámos), começámos a conhecer a cidade.
Devo-vos dizer que fiquei fascinando com esta pequena cidade.

Todas as ruas com belíssimos edifícios vão dar à pra
ça central. O centro funcionava como um ponto de encontro. A beleza natural em redor desta pequena cidade e do seu centro histórico fazem desta cidade, património da UNESCO.

A vida da cidade é fascinante. Pode estar a haver um barulho imenso, como um concerto a que assistimos, mas às horas certas, tudo pára para ouvir um músico tocar trompeta no alto da torre da Sé.

Se o pouco tempo em que estávamos em Carcóvia estava a ser belíssimo, colmatou com um jantar magnífico num restaurante com comida tradicional polaca, sugerido pela menina da terra, a Matylda. Comemos maravilhosamente, à excepção da Sofia que não gostou … e não comeu… comemos nós!

O segundo dia começou com o melhor pequeno-almoço que tomei nos últimos 3 meses. Nada de muito especial se tivesse na “casinha da mamã”.... mas percebam que as refeições por Hostivar não são (muitoooooo) especiais e qualquer 'cereja no topo do bolo' parece um doce :)

Mas mal entrámos no autocarro que nos levava até Auschwitz-Birkenau, 1h30 de autocarro de Cracóvia, fomos circundados por um clima de reflexão acompanhado por um filme sobre Auschwitz até chegarmos ao campo.
Uma sensação arrepiante. O entrar no campo e ler na porta de entrada (mas não de saída) a insígnia “trabalhando, ganharás a tua liberdade” deixa-nos imediatamente transtornados. Entrar dentro dos edifícios onde (sobre)viviam mais de 200 prisioneiros sem quaisquer condições, as celas, sem qualquer ventilação, com pouco mais de 6m² onde eram ‘metidos’ mais de 20 homens como forma de castigo, que lutavam em cada segundo por uma brecha de ar sendo ainda possível
de ver algumas inscrições feitas com as unhas dos prisioneiros nas paredes. As desesperantes salas onde estavam expostas milhares de toneladas de cabelos humanos e de uma infinidade de sapatos. Até ao maior centro da atrocidade humana, as ‘salas de duche’ e os crematórios. Percorrer Auschwitz é revoltante. É sentir a cada passo o desespero de milhares de pessoas. É tentar perceber como homens, mulheres e crianças sobreviviam diariamente. É tentar perceber como durante 5 anos a comunidade internacional tapou os olhos a esta realidade. É ouvir junto dos carris o chiar dos comboios a chegarem com milhares de prisioneiros para o seu rápido fim. Auschwitz fica bem longe do que lí nos livros, das fotografias que ví. É bem mais marcante do que Steven Spielberg nos mostra pela ‘Lista de Shindler’.

A viagem a Cracóvia ficou marcado na minha memória por um dos locais mais belos neste (re)canto da Europa mas também uma região como locais onde a humanidade se envergonha!


Berlim na junção do Passado com o Futuro

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Hallo a todos!

Tanto tempo que já lá vai desde o último post…o tempo tem sido curto para me sentar à secretária e escrever.

Agora, numa onda de calmaria, depois de 3 fins-d
e-semana em constante andança, recosto-me na cadeira do meu quarto a ouvir o bater da chuva na janela recordando estas cidades.

A primeira aventura começou com um ‘pulo’ até Alemanha.

Juntamente com a Martha e a Vicky (duas ‘british girls’) fomos até Berlim com o pressuposto de irmos a um concerto dos Mogway. Apesar de des
conhecer, até então, esta banda não perdi a oportunidade de fazer uma viagem de 6 ‘horitas’ até uma das mais impressionantes capitais europeias.
Dizer que a cidade é enorme, é uma expressão comum a toda a gente que a visita. Basta apenas olhar para o mapa do metro e ficasse com a impressão que estamos a observar um arco-íris com uma infinidade de cores!

Chegámos à cidade sem quaisquer planos do que queríamos ver ou visitar. Mas ‘num piscar d’olhos desc
obrimos o ouro’. Fomos até um Dunkin' Donuts e vimos um pequeno livro dizendo, “Free Tour in Berlin”. Exactamente o que procurávamos. Conhecer os pontos mais atractivos da cidade e de preferência com poucos gastos.
Foi a melhor forma de conhecer a cidade
. Começamos pela ‘The Brandenburg Gate’, que se tornou num marco por todos as forças que conquistaram a cidade no passado. Primeiro por Napoleão em 1806, depois pelas formas Nazis quando tomaram o permaneceu fechada desde a construção do ‘Muro’ em 1861 até à sua queda a 22 de Dezembro de 1989 quando o Chanceler Helmut Kohl da Alemanha Federal Alemã (Alemanha Ocidental) juntamente com o primeiro ministro da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) Hans Modrow atravessaram a porta tornando a ‘Brandenburg Gate’ num símbolo de unificação da nação alemã.

Passando a porta, à esquerda deparamo-nos com um memorial em homenagem a todos os judeus que foram assassinados durante a 2ª Guerra Mundial. Consiste num espaço sem qualquer identificação com inúmero blocos de pedra de diferentes tamanhos e formas simbolizando homens, mulheres e crianças que perderam a vida às mãos do exército nazi perante a estoicidade do resto do mundo!
Seguindo o percurso sob a orientação do nosso guia neozelandês, sempre emotivo, o Mike, dirigimo-nos para um dos pontos da cidade mais procurados pelos turistas. O bunker onde Hitler passou os últimos dias da sua vida e onde se caso
u com Eva Braun. Se alguém vos disser que visitou ou sequer viu este bunker poderão dizer que esse alguém andou por outro lado que não Berlim, pois o bunker está a 60metro de profundidade não existindo qualquer intenção por parte das autoridades alemãs para o tornarem num marco turístico, receando possíveis futuras manifestações de grupos de extrema-direita.

Continuando o nosso percurso, seguimos para o famoso ‘ponto Charlie’, um dos três pontos de controlo entre a Alemanha de Ocidental e Oriental, sendo reconhecido durante o período da Guerra-fria, pelos cidadãos Alemães de Leste como sendo a sua porta para a liberdade com o quartel da CIA bem junto de si.
Finalizámos a nossa excursão indo até ao parque em frente da deslumbrante catedral de Berlim (Berliner Dom) junto da Ilha dos Museus onde podemos encontrar o novo e velho museu juntamente com o museu Purgatório, existindo um grande plano para modificar toda esta zona.
Mas uma visita a Berlim não pode ser feita sem visitarmos o Reichstag, onde é o actualmente parlamento federal alemão (
Bundestag). Pela vista vislumbrante de toda a cidade que este edifício oferece a partir do topo, poderia ser suficiente para o visitar, mas sabendo que foi aqui por via de um incêndio provocado (mas não provado) pelos nazis nesta câmara de forma a gerar o pânico junto do então presidente Paul Von Hindenburg que acabou por, mais tarde, conceder o poder máximo a Hitler para dar início, em 1933, ao Terceiro Império (Drittes Reich).

Falar em Berlim é falar no Muro. Um símbolo que dividiu a europa durante 28 anos (1961-1989). Pela cidade o muro apenas está presente por uma linha que atravessa Berlim identificando o exacto local onde estava presente. Existindo ainda um pedaço de 1.3km do muro onde estão inscritas várias frases que remontam o período da sua existência e posterior destruição mostrando a vontade de mudar o rumo da história.

Mas esta visita a Berlim, centro da história europeia, não ficaria completa não visitando o símbolo do momento no mundo do futebol. O Olympiastadion, que para além de ter sido o marco dos Jogos Olímpicos de 1939 é hoje, o marco onde todas as selecções de futebol querem jogar no dia 9 de Julho pelas 15h a final do Mundial de Futebol de 2006. Esperemos que estejamos lá!!!!!


Uma cidade fascinante, onde o passado se cruza com o presente a uma velocidade estrondosa. Em cada praça vislumbra-se a construção da história europeia mas também o futuro do velho continente. Uma capital em constante agitação.

Próxima paragem .... Carcóvia!

Beijocas*
Luís Miguel


Fins-de-semana em Viagem

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'Ahoj' amigos'.

Faz quase um mês que não escrevo nada sobre as minhas aventuras por terras mas isso deve-se a ter iniciado em grande estilo 3 fins-de-semana em viagem por algumas cidades da Europa de Leste.
Comecei em Berlin, fui até Cracóvia (Polónia) o fim-de-semana passado e estou de partida, amanhã às 6h30, para um 'Tour Turístico' com partida da cidade das 'cem torres' para Bratislava-Budapeste-Viena com retorno a Praga no dia 10.
Assim que voltar irei colocar um post a contar em mais pormenor como foram todas as viagens. Por agora, deixo-vos umas fotos de Berlim (em cima) e Cracóvia (por baixo) para vos deixar curiosos ;)












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