Praga pelos meus Olhos




Erasmus Praha 2006 chega ao fim...

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Neste ‘post’ de despedida da vida de Erasmus, poderia começar por falar nas festas, das noites que nunca acabam e das madrugadas que perduram … mas o significado de toda esta impressionante experiência começa e é vivida em redor das pessoas que saltam, riem e choram connosco durante todo este tempo. Rapazes e raparigas, todos diferentes com formações e culturas distintas mas todos eles com um espírito de convivência e de viver cada momento com grande intensidade e todos os dias carregados de grande emoção.


Quatro meses que passaram num instante. Ainda ontem estava a despedir-me dos meus pais no aeroporto da Portela e, hoje, estou a despedir-me desta vida a comer chouriço às 6h da manhã no terraço do meu edifício juntamente com um 4 como eu.

A vontade que me levou a optar por realizar uma experiência como esta, seria com o objectivo de sair de Portugal, abandonar por um tempo a comodidade diária, abandonar por uns tempos o quotidiano, conhecer a nossa Europa, sentir diariamente as diferenças culturais de uma infinidade de povos.


Confesso-vos que todos os dias foram uma aventura, uma surpresa. A monotonia e o stress do dia-a-dia deixaram de existir durante estes 4 meses. A começar pelo acordar e dirigir-me até à Menza (quase sempre) à hora do costume para colocar a conversa em dia com a Lenira depois de ela já ter começado o dia bem cedinho (que eu desconfio
), passando pelas caminhadas pelo parque ou pela maravilhosa cidade de Praga ou ficar horas à conversa com o pessoal até alguém se lembrar que afinal tem alguma coisa para fazer. O cozinhar aventureiro pelas impressionantes cozinhas de Hostivar que terminavam com um agradável convívio de toda a gente em redor da mesa do corredor. Foram momentos que hoje recordo com grande nostalgia.

A magia de uma experiência de Erasmus está nas pessoas que conheces.

A começar pela Sofia, que apesar de já a conhecer e (pensar) saber o que poderia contar, após o primeiro mês, soltou a sua euforia e andava que nem uma ‘varrida’ e espelhando várias vezes um rasgado sorriso.

Recordar Praga e Hostivar é lembrar-me da irreverência da Matylda como um poço de energia e alegria tal, capaz de cativar toda a gente em seu redor. É recordar-me da Dália como sendo a mais doce e linda lituanense. Será recordar-me do ser estranho mas engraçado que foi o meu primeiro colega de quarto, o Guntis, que mais tarde veio a ser denominado com um impecável nickname, o ‘Cartoon’. É recordar o meu corredor composto maioritariamente por espanhóis, Gloria, Aurora, Maria Cruz, Pablo, Laura, Mercedes, Susana, Álvaro, Jacinta todos impecáveis que mudaram a minha ideia sobre os espanhóis. Não esquecendo a deslumbrante Vicky em nada comparada com as ‘poshs britânicas’ e pelo timidíssimo eslováco, Mirko e do fantástico Miño que entre todos foi o que ficou a achar que eu era um extraordinário cozinheiro, tal como as duas polacas que viviam de frente do meu quarto a Mónica e a Magda! Não esquecendo o melhor companheiro de quarto que me podia ter calhado. Gianluca um italiano típico. Um ‘porreiraço’, se bem que desarrumado, sempre pronto para uma festa e sempre preocupado em arranjar um essay para entregar ao professor na semana seguinte. Um tipo cinco estrela.

Hostivar não ficava completo sem referir o Kolej do Baptista. O Kolej 2. Por todo o edifício vislumbramos referência a este marco de Hostivar que chegou aqui directamente da Lourinhã. Festas e festarolas são com ele. Acaba a noite sempre em plena loucura. Toda a comitiva hilariante do pessoal do 4º andar deste kolej, tornam este piso num ponto de encontro. Toda a ‘trupe tuga’ a começar pelo menino Baptista, o Valério, para quem a noite dura até a discoteca fechar, o João, o maior barman de Lagos, o Rui, um gouveiense cinco estrelas com um variado leque de conhecimento técnicos sobre cervejas checas, o Tiago que depois de cortar a gadelha voltou-se para as …natashas, as meninas, que carinhosamente as chamo ‘destiny childs’ (private joke), formado pela menina Rita, uma moça de cascais altamente, com toda a pinta da linha mas com pitadas de irreverência; a Cândida, uma italiana hilariante, bastante afável após a conhecermos, e por fim, a encantadora Sophia com uma beleza deslumbrante e com um coração d’oiro.

Todo este pessoal e muitos outros que provavelmente me esqueci, tornaram estes 4 meses num período inesquecível.


Foi uma experiência que me enriqueceu bastante e não a trocaria por outra qualquer. Deixando o meu testemunho para outros que estejam a pensar em fazer algo parecido a isto, não deixem de o fazer, todos os momentos são positivos, todos valem a pena. A saudade e a alegria estão sempre presentes. Invertem posição na chegada e na partida relembrando os momentos que passamos lá e por cá os recordamos.

Como despedida, quero agradecer a todos os que visitaram este blogue que nasceu com o intuito de se tornar num diário, depois passou para semanário…e quase ia chegando a mensal mas que tentei expressar por palavras e fotografias os meus últimos quatro meses que posso dizer com toda a certeza que foram dos melhores tempos da minha vida.

Beijocas e Abraços para todo o pessoal de Hostivar*

Luís


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