Praga pelos meus Olhos

A primeira semana foi marcada por dias de adaptação ao país, à cidade, a novas culturas e sobretudo ao novo modo de vida sem o conforto nem a comodidade lar doce lar.

Comecei por ir tratar de toda a burocracia que nos fazem passar. Para isso, andei pelo centro de Praga a tentar descobrir moradas aproveitando o bom tempo para conhecer alguma coisa da cidade.
Ainda como turista, fiquei impressionado com a arquitectura de todos os edifício da cidade, parecem todos monumentos, tudo parece cheio de história. É realmente uma cidade carregada de cultura e de um carisma que nos remonta para a idade média.
Depois de receber algumas orientações do coordenador de Erasmus e de confirmar a minha chegada regressei até à residência e após um belo duche quente (é essencial tomar um duche quente sempre que volto da rua) fui experimentar o cinema com a Sofia e a Mariana, colegas do ISEG, numa sala perto da residência.

Até dia 18 tive num quarto sozinho, mas ao fim da tarde ao voltar da rua encontro um saco de roupa no meio do quarto com outros apetrechos espalhados pelo quarto que não seriam meus. Passado uns breves instantes aparece um rapaz todo falador acabado de chegar de uma viagem de 28h de autocarro directamente de Riga,Letónia chamado Guntis juntamente com 2 amigas, devo-vos confessar algo estranhas em que uma não fala inglês e a outra acho que tem uma pancada com a alimentação que só come leite e iogurtes!
Enfim...durante 3 dias fiquei a saber toda a história da Letónia e todas as rivalidades entre os Letões com os Russos e Judeus, fiquem a saber que os homens mais ricos por toda a Letónia são Judeus.... "e esta hem?"

Ao fim de 3 dias optei por mudar de quarto, não por causa do Guntis (não só...é que o rapaz tem algumas manias...) mas preferi vir para um quarto com internet apesar de lamentar de ter que sair de um piso em que já conhecia 3 meninas bem engraçadas, a Matylde (poláca) e uma lituanense, que não fixei o nome e uma alemã, Verra.

Mas ainda bem que o fiz porque estou agora num piso carregado com o verdadeiro espírito de Erasmus com bastantes espanholas (só querem é festas) misturados com 3 eslovacos, 1 inglesa e 1 italiano, meu companheiro de quarto, Gianluca, em que a maioria de todos eles estão cá desde o primeiro semestre e pediram um prolongamento para mais um semestre. Posso dizer que fiz uma viagem do norte para o sul da Europa.

Até então tem corrido tudo bem, à excepção da bela da cozinha. Parece que quem conseguir cozinhar seja o que for num cubículo de 2 mt², com um fogão eléctrico com apenas 2 bicos torna-se num herói de Hostivar! Não sendo por isto que deixamos de nos alimentar, ou comemos pela rua ou na cantina ou tentamos arranjar qualquer coisa. Ontem tive a primeira experiência gastronómica checa, "fatias de carne de vaca assada servidas num molho rico de legumes cremoso e ligeiramente adocicado guarnecidas com um creme batido", descrição do prato Svicková na Smetane pelo guia da american expresse. Devo-vos confeçar que pelo que comi esta descrição não se enquadra em nada do que comi, mas enfim...., vejam por vocês mesmos.

Todas estas peripécias que temos que ultrapassar diariamente, quer seja a cozinhar, a limpar ou mesmo a tentar pedir alguma coisa na recepção em que as pessoas que lá estão apenas falam checo, são rapidamente ultrapassadas com o convívio diário entre Erasmus onde a ajuda é constante.

beijokas*
luís miguel